(ARTIGO) O PERDÃO. (Mt: 6.12-14)
Vivemos
em uma sociedade altamente predadora onde os mais fortes passam como um rolo
compressor sobre os mais fracos. A alta competitividade faz com que os erros
cometidos por uma pessoa dificilmente sejam esquecidos ou perdoados, e este
tipo de comportamento tem afetado de maneira direta e assustadora os
relacionamentos, estamos a cada dia nos
aproximando da irracionalidade dos animais. O apóstolo Paulo já previa isto
quando escreveu em Gálatas 5.15, que os irmãos da galácia estavam se mordendo e
devorando uns aos outros.
Porém
se o mundo pós-moderno vive desta maneira e acha normal, o povo de Deus tem a
obrigação de procurar viver de forma diferente. Se no Antigo Testamento a lei
afirmava ser olho por olho e dente por dente, (Ex: 2.24) No Novo Testamento
Jesus veio trazer um novo padrão para direcionar os nossos relacionamentos, um
padrão baseado no amor e no perdão. Veja os ensinos de Jesus: Se alguém bater
de um lado do seu rosto, ofereça o outro lado (Mt:5.39). Se alguém te obrigar a
andar uma milha, vai com ele duas (Mt: 5.41). Amai os vossos inimigos (Mt:
5.44).
Jesus
no entanto não ficou apenas nas palavras, Ele demonstrou com seu próprio
exemplo de vida o valor do perdão ao morrer na cruz para nos salvar.
Mas
afinal, o que é o perdão?
De
acordo com o dicionário, perdão é remissão de culpa, e para entendermos isso
precisamos saber o que quer dizer remissão. Uma das definições para remissão ou
remir, é tirar do cativeiro, livrar alguém de alguma pena.
No
novo testamento em algumas passagens a
palavra grega usada como perdão é aphiemi, que significa a soltura
voluntária de uma pessoa ou coisa sobre a qual alguém tem o controle legal ou
real.
Em
Mateus no capítulo 6, do versículo 12 até o 14, Jesus fala que se nós não
perdoarmos aqueles que nos ofendem, Deus também não nos perdoará.
De
acordo com este texto, nós ofendemos a Deus e por isso ficamos preso, mas Ele
pela sua infinita misericórdia nos perdoou e nos libertou deste cativeiro,
porém se não oferecermos este mesmo perdão, esta mesma liberdade a quem por
ofensa esta preso a nós, Deus está desobrigado de seu compromisso conosco.
O
perdão é uma ordem de Deus e Ele não nos oferece uma outra alternativa, um
plano B que nos livre desta ordem, é imperativo, perdoai. (Lc: 6.37).
É
tão importante o perdão que até mesmo as nossas ofertas não são aceitas diante
de Deus quando temos problemas não solucionados com outras pessoas. ( Mt:
5.23,24)
A
decisão de perdoar não pode ser condicional, muitas pessoas exigem uma mudança
de comportamento de quem lhe ofendeu para então liberar o perdão, mas a grande
verdade é que o perdão traz um impacto tão profundo na mente do perdoado,
que na maioria das vezes ele próprio
sente a necessidade de mudar as suas atitudes. Vemos na Bíblia o exemplo
de Zaqueu. (Lc: 19.8)
Entretanto
precisamos aprender também a necessidade de não apenas oferecer o perdão mas
também ir atrás de quem nós ofendemos e
solicitar este perdão.
Quando
ofereço o perdão, devo seguir o padrão de Deus, e este padrão consta de três
fases distintas:
A
primeira fase consta de remover o pecado, a ofensa e pregar na cruz de Cristo.
Visto
que todo pecado antes de ser contra alguém na verdade é contra Deus, e Ele já cravou
o nossos pecados na cruz e o removeu, precisamos fazer o mesmo. (Cl: 2.14)
A
segunda fase é lançar no mar do esquecimento, segundo a ciência as partes mais
profundas dos oceanos chegam até oito mil metros. Vamos fazer uma analogia com
o sol, ele está tão distante de nós que os seus raios levam oito minutos para
chegar a terra e quando chegam já não tem a intensidade original, do contrário
seriamos destruídos. Devemos lançar as ofensas o mais longe de nós para que a
dificuldade em relembra-las seja a maior possível, e mesmo quando lembrarmos a
sua força será tão fraca que não poderá nos causar nenhum um tipo de dano.
Sofrer
de amnésia de amor (Is:43.25)é a terceira fase. Não somos lógicamente um
computador onde basta apertar o botão e deletar tudo que não queremos deixar gravado, mas
precisamos pedir a Deus a capacidade sobrenatural de esquecer as mágoas e os
dissabores causados pelos outros contra
nós.
Perdoe,
o perdão além de ser a vontade de Deus para nossa vida, traz beneficios imensos
não apenas as pessoas com quem nos relacionamos mas principalmente a nós
mesmos. Pesquisas revelam que o perdão faz bem não somente para a nossa saúde
mental, mas até mesmo ao nosso corpo.
O
perdão é o óleo dos relacionamentos. Reduz o atrito e faz com que as pessoas se
aproximem.
Havenilton
dos Reis
Pastor
da Igreja Batista Nova Luz (ABB –
Associação Batista Brasileira)
Porto
velho - RO