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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

A declaração (crônica)


Há muito tempo ele desejava declarar seus sentimentos, queria dizer o que sentia, tudo que estava guardado no seu coração. Entretanto, o homem extrovertido e falante, às vezes brincalhão, totalmente desinibido, ficava incrivelmente tímido e trêmulo quando estava em sua companhia, bastava ouvir a sua voz e as palavras desapareciam, a garganta ficava seca e, além disto, havia o medo de ouvir um sonoro não como resposta. E se estivesse confundindo tudo, e se os sinais que achava estar recebendo da parte dela, não significasse o que ele achava que realmente significava? Havia muitas variáveis, muitos questionamentos, muita coisa a se colocar na balança, mas uma coisa não mudava, ela estava no seu pensamento todo o tempo, deitava pensando nela e acordava do mesmo jeito, era preciso fazer alguma coisa, tomar uma atitude, caso não fizesse nada, poderia viver arrependido pelo resto da vida, e isto definitivamente não era o seu desejo.
Uma certa manhã, acordou decidido, reuniu todas as forças, respirou fundo e se aproximou do telefone, afinal, talvez assim fosse mais fácil, sem vê-la na sua frente, sem sentir o cheiro do seu perfume, possivelmente teria um pouco mais de coragem e declararia o seu amor.
Ele discou o número e torceu, torceu muito para que fosse ela a pessoa a atender a ligação, e por mais incrível que possa parecer, enquanto a ligação se completava, segundos que pareceram horas, foi exatamente o que aconteceu, exatamente ela, atendeu ao telefone, Gaguejante, titubeante, ofegante, ele a convidou para sair.
A resposta? Ele recebeu a resposta mais linda que alguém terrivelmente apaixonado poderia receber, o que realmente queria ouvir, ela disse sim, todos os seus temores estavam errados, não estava enganado, havia interpretado corretamente os sinais, ela também o amava.
O caminho não teve apenas flores, teve espinhos, muitas pedras e problemas a serem resolvidos.
Porém, vinte e quatro anos e dois filhos depois, eles continuam juntos, porque como dizia a canção:
Ninguém um dia irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração.


Eu vejo

Uma estrela brilhando no espaço, Um peixe vagando no mar, Eu, a rosa e o retrato,  Você, a noite e o luar. Um farol, quase apagado, Uma luz ...