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sábado, 20 de fevereiro de 2016

Artigo

Adoração a quem...?
                                                                                                                                           por Allan Reis

É comum ao entrarmos no consultório de um médico ou escritório de um advogado ou de qualquer outro profissional que suou a camisa para conseguir sua profissão vermos estampado na parede o seu diploma como prova do seu conhecimento, como um troféu de sua conquista e lembrança do árduo trabalho para chegar até a sua profissão.

Em Hebreus 11, guardadas as devidas proporções, existe algo semelhante. O autor expõe os grandes heróis da fé, gigantes na experiência com Deus. Todos realizaram feitos fantásticos conforme lemos no versículo 32: “Que mais direi? Não tenho tempo para falar de Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e os profetas, os quais pela fé conquistaram reinos, praticaram a justiça, alcançaram o cumprimento de promessas, fecharam a boca de leões, apagaram o poder do fogo e escaparam do fio da espada; da fraqueza tiraram força, tornaram-se poderosos na batalha e puseram em fuga exércitos estrangeiros”. Desses grandes heróis que o autor não tinha tempo para falar há muitas histórias interessantes, dentre elas, quero destacar a história de Gideão e chamá-los para uma breve reflexão.

Depois de derrotar os Midianitas com apenas 300 homens (menos de 1% do exército inicial), sem utilizar a espada (trombetas em uma das mãos e tochas acesas na outra - Juízes 7. 17- 22) os israelitas disseram a Gideão: “Reine sobre nós, você, seu filho e seu neto, pois você nos libertou das mãos de Midiã" (Juízes 8.22). É importante recordar que nunca houvera um rei sobre Israel, apenas Juízes que o Senhor convocava para liderar o povo. Apesar de grande tentação Gideão respondeu de modo enfático "Não reinarei sobre vocês, nem meu filho reinará sobre vocês. O Senhor reinará sobre vocês” (Juízes 8. 23). Quantos teriam pedido um tempo para analisar a situação? Quantos diriam que iriam orar para saber a vontade de Deus? Quantos teriam aceitado prontamente o clamor do povo? Quantos teriam se encantado pela glória do poder e do dinheiro e se rendido ao apelo da nação? E eu como teria reagido? E você?

A sequência do texto nos traz uma surpresa. “Só lhes faço um pedido: que cada um de vocês me dê um brinco da sua parte dos despojo ... Eles responderam: De boa vontade os daremos a você! Gideão usou o ouro para fazer um manto sacerdotal, que ele colocou em sua cidade, em Ofra” (Juízes 8. 24-27). Gideão não queria esquecer a vitória miraculosa que o Senhor lhe conferira, ele não queria esquecer que um dia escutou a voz de Deus, atendeu e o Senhor realizou maravilhas por seu intermédio. Gideão queria um troféu para a sua conquista. Como conseqüência “todo o Israel prostituiu-se, fazendo dele objeto de adoração; e veio a ser uma armadilha para Gideão e sua família” (Juízes 8. 27).

Aquele povo passou a adorar a vitória e não Aquele que concedeu a vitória! Todos os cristãos correm o risco de fazer o mesmo que os contemporâneos de Gideão, ao invés de adorar o Doador da benção, adorar a benção, ao invés de adorar Aquele que deu o talento da música adorar o músico (o artista) ou o pastor bem sucedido ou qualquer outra vitória que venha de Deus!
Oremos para que as palavras do Senhor a Gideão ecoem para sempre em nossos corações “A fim de que Israel não se orgulhe contra mim, dizendo que a sua própria força o libertou” (Juízes 7. 2). Que o Senhor nos ensine a lidar com o sucesso e não permita que o ditado judaico “a alegria é ótima companhia e péssima professora” seja uma realidade nas nossas vidas.
 
Publicado originalmente no Blog: allanreis.blogspot.com (usado com permissão)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016


(Crônica) UM PECADO AO CAIR DA TARDE.

I Sm 11.1-4

A refeição foi boa, a mesa farta, diversos tipos de alimento, o rei estava satisfeito, a cada dia os cozinheiros do palácio se esmeravam em fazer o melhor, depois aquele sono gostoso, ele precisava descansar, dormir até o cair da tarde. Quando levantou não tinha absolutamente nada para fazer, o exército estava em guerra muito distante dali Joabe o seu general cuidava de tudo, não havia ministros para tratar de nenhum assunto nem assessores precisando de nada.

Ah o ócio, o tédio, a preguiça, nenhum trabalho, nada que precisasse de sua atenção, ele sobe até o terraço e observa a cidade, homens passam de um lado para o outro, crianças brincam nas ruas próximas, tudo parece se mover em câmera lenta, o tempo passa devagar, perdido em seus pensamentos o rei caminha para lá e para cá.

Entretanto em uma casa um pouco distante do palácio real uma mulher está se banhando, ela é linda, o corpo chama a atenção, por descuido ou talvez pelo desejo de se mostrar ela está ao alcance dos olhares reais. O desejo dos olhos a cobiça da carne desperta nele a vontade de tê-la em seus braços, do pensamento a ação é apenas um passo, convocada ao palácio ela não hesita, joga fora os princípios, a moral e até mesmo as leis de Deus, afinal melhor que ser esposa de um soldado é ser esposa do próprio rei.

Então a lascívia, a luxuria e a falta de domínio próprio se unem a ganancia, a traição e a cobiça e dão à luz a um outro pecado, ele também horroroso e cruel , o adultério.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016


(ARTIGO) O PERDÃO. (Mt: 6.12-14)

Vivemos em uma sociedade altamente predadora onde os mais fortes passam como um rolo compressor sobre os mais fracos. A alta competitividade faz com que os erros cometidos por uma pessoa dificilmente sejam esquecidos ou perdoados, e este tipo de comportamento tem afetado de maneira direta e assustadora os relacionamentos, estamos a cada dia  nos aproximando da irracionalidade dos animais. O apóstolo Paulo já previa isto quando escreveu em Gálatas 5.15, que os irmãos da galácia estavam se mordendo e devorando uns aos outros.

Porém se o mundo pós-moderno vive desta maneira e acha normal, o povo de Deus tem a obrigação de procurar viver de forma diferente. Se no Antigo Testamento a lei afirmava ser olho por olho e dente por dente, (Ex: 2.24) No Novo Testamento Jesus veio trazer um novo padrão para direcionar os nossos relacionamentos, um padrão baseado no amor e no perdão. Veja os ensinos de Jesus: Se alguém bater de um lado do seu rosto, ofereça o outro lado (Mt:5.39). Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas (Mt: 5.41). Amai os vossos inimigos (Mt: 5.44).
Jesus no entanto não ficou apenas nas palavras, Ele demonstrou com seu próprio exemplo de vida o valor do perdão ao morrer na cruz para nos salvar.
Mas afinal, o que é o perdão?
De acordo com o dicionário, perdão é remissão de culpa, e para entendermos isso precisamos saber o que quer dizer remissão. Uma das definições para remissão ou remir, é tirar do cativeiro, livrar alguém de alguma pena.
No novo testamento em algumas passagens a  palavra grega usada como perdão é aphiemi, que significa a soltura voluntária de uma pessoa ou coisa sobre a qual alguém tem o controle legal ou real.
Em Mateus no capítulo 6, do versículo 12 até o 14, Jesus fala que se nós não perdoarmos aqueles que nos ofendem, Deus também não nos perdoará.
De acordo com este texto, nós ofendemos a Deus e por isso ficamos preso, mas Ele pela sua infinita misericórdia nos perdoou e nos libertou deste cativeiro, porém se não oferecermos este mesmo perdão, esta mesma liberdade a quem por ofensa esta preso a nós, Deus está desobrigado de seu compromisso conosco.
O perdão é uma ordem de Deus e Ele não nos oferece uma outra alternativa, um plano B que nos livre desta ordem, é imperativo, perdoai. (Lc: 6.37).
É tão importante o perdão que até mesmo as nossas ofertas não são aceitas diante de Deus quando temos problemas não solucionados com outras pessoas. ( Mt: 5.23,24)
A decisão de perdoar não pode ser condicional, muitas pessoas exigem uma mudança de comportamento de quem lhe ofendeu para então liberar o perdão, mas a grande verdade é que o perdão traz um impacto tão profundo na mente do  perdoado,  que na maioria das vezes ele próprio  sente a necessidade de mudar as suas atitudes. Vemos na Bíblia o exemplo de Zaqueu. (Lc: 19.8)
Entretanto precisamos aprender também a necessidade de não apenas oferecer o perdão mas também  ir atrás de quem nós ofendemos e solicitar este perdão.
Quando ofereço o perdão, devo seguir o padrão de Deus, e este padrão consta de três fases distintas:
A primeira fase consta de remover o pecado, a ofensa e pregar  na cruz de Cristo.
Visto que todo pecado antes de ser contra alguém na verdade é contra Deus, e Ele já cravou o nossos pecados na cruz e o removeu, precisamos fazer o mesmo. (Cl: 2.14)
A segunda fase é lançar no mar do esquecimento, segundo a ciência as partes mais profundas dos oceanos chegam até oito mil metros. Vamos fazer uma analogia com o sol, ele está tão distante de nós que os seus raios levam oito minutos para chegar a terra e quando chegam já não tem a intensidade original, do contrário seriamos destruídos. Devemos lançar as ofensas o mais longe de nós para que a dificuldade em relembra-las seja a maior possível, e mesmo quando lembrarmos a sua força será tão fraca que não poderá nos causar nenhum um tipo de dano.
Sofrer de amnésia de amor (Is:43.25)é a terceira fase. Não somos lógicamente um computador onde basta apertar o botão e deletar tudo  que não queremos deixar gravado, mas precisamos pedir a Deus a capacidade sobrenatural de esquecer as mágoas e os dissabores  causados pelos outros contra nós.
Perdoe, o perdão além de ser a vontade de Deus para nossa vida, traz beneficios imensos não apenas as pessoas com quem nos relacionamos mas principalmente a nós mesmos. Pesquisas revelam que o perdão faz bem não somente para a nossa saúde mental, mas até mesmo ao nosso corpo.
O perdão é o óleo dos relacionamentos. Reduz o atrito e faz com que as pessoas se aproximem.
Havenilton dos Reis
Pastor da Igreja Batista Nova Luz  (ABB – Associação Batista Brasileira)
Porto velho - RO

 

 

Eu vejo

Uma estrela brilhando no espaço, Um peixe vagando no mar, Eu, a rosa e o retrato,  Você, a noite e o luar. Um farol, quase apagado, Uma luz ...